TEMA: SOCIEDADE E MODERNIDADE

SOCIEDADE E EDUCAÇÃO

A globalização da sociedade do povo, de seus conceitos, seus valores, enfim seu modo de viver é uma questão preocupante e muitas vezes deixa o Estado - nação de mãos atadas, mas uma certeza todos tem: quais as conseqüências em longo prazo ninguém sabe.

A preocupação maior não e o maior grau de penetração do crime e seu impacto na política. A novidade é o profundo envolvimento e a desestabilização dos estado- nação em uma série de contextos submetidos à influência da sociedade transnacional. Embora questões polêmicas e tristes como o tráfico de drogas seja o mais lembrado, todo tipo de tráfico se estende por todo o mundo: armas, tecnologia, materiais-radioativos, obras de arte, seres humanos, órgãos humanos, assassinos mercenários, e contrabando dos mais diversos produtos de e para qualquer parte do mundo estão todos interligados pela grande matriz de todos os atos ilícitos a lavagem de dinheiro.
De todos os três aspectos a globalização merecem ser citado, considerando o envolvimento das mais altas esferas do poder com esta, indo de encontro à corrupção, financiamento ilícito na política enfim tudo isso impede muitas vezes uma política séria do Estado; para diversos paises as relações internacionais estão condicionadas ao sucesso ou insucesso do combate ao crime organizado como e o caso dos EUA e alguns paises da América Latina, ou Alemanha e a Rússia, a Rússia e a Sicília dentre outros exemplos; o alto fluxo de capital de origem criminosa pode desestabilizar economias de todo um país além disso pode agir de maneira imprevisível junto a planos econômicos.

Diante do exposto fica explícito que a globalização em suas diversas facetas, acaba comprometendo a autonomia e a capacidade de decisão do estado -nação. E isso ocorre justamente no momento em que o exercício do poder do Estado no cenário internacional também fica a mercê das limitações do multilateralismo no âmbito da defesa, da política externa e das políticas governamentais globais, tais como a política ambiental.

Castells traça o perfil dos estado- nação no pós Guerra fria onde houve o afrouxamento dos blocos militares alinhados as duas superpotências, o impacto de novas tecnologias sobre a industria bélica alem de preocupações mais globais como os conhecimentos gerados pela humanidade além da segurança ambiental. Argumento semelhante também pode ser aplicado a pluralidade das instituições internacionais que compartilham a administração do desenvolvimento e do meio ambiente, neste novo de milênio. Como exemplos podemos citar a Organização Mundial do Comercio, a ONU, o FMI, e o Banco Mundial. A importância cada vez maior do papel desempenhado por estas instituições internacionais e consórcios supranacionais nas políticas mundiais não pode ser equiparada à derrocada do estado -nação. Mas o preço pago pelos estado -nação por sua precária sobrevivência como redes de segmentos dos Estados corresponde a sua importância cada vez mais reduzida, comprometendo inteiramente sua legitimidade e, em ultima análise, agravando ainda mais sua ineficácia e incapacidade.
CHIAVENATO
[2] salienta que em diversos países do mundo inclusive o Brasil onde a descentralização do poder a conseqüente atuação de governos locais puderam imprimir reformas sociais e econômicas nessa Era da Informação. Mostra ainda a importância dos governos locais no sentido de manterem um equilíbrio de forças com o estado -nação e quando por algum motivo essa aliança e enfraquecida, podem acontecer o aconteceu na Cherchenia, Grozny, dentre outros lugares.

Ainda de acordo com o autor mencionado existe encontramos um adágio popular que diz que na Era da Informação os governos nacionais são muitos pequenos pra lidar com as forças globais, no entanto muito grandes para administrar as vidas das pessoas.

Manuel Castells
[3] ao analisar a relação entre a identidade de um povo com o estado -nação afirma que muitas vezes os conflitos são até perigosos com as minorias, como e o caso dos Curdos, os catalães na Espanha, o Estado fundamentalista no Islã dentre outros. E conclui dizendo que: "A atual dança da morte entre identidades nações e Estados deixa estado- nação esvaziados e identidades fundamentais retraídas em suas comunidades ou mobilizadas na captura incondicional de um estado- nação cercado por todos os lados”.

1.1. A Sociedade Brasileira na era da Globalização

A globalização acena com a idéia de que o fim das fronteiras da nacionalidade, da bipolaridade entre capitalismo e socialismo representaria a falência das ideologias. Sob essa ótica, as dissensões dissipar-se-iam. O espaço livre e multicultural, aberto às novas modalidades de relacionamentos, diluiria os grandes conflitos atuais. Os desequilíbrios e as contradições sociais tornar-se-iam epifenômenos localizados, em vias de acomodação nessa tendência de alcance mundial. Suas manifestações episódicas seriam desprezíveis e sem muita virulência.


A favor dessas premissas surge a tese da desterritorialização da tecnologia, das linguagens dos significados. Sugere que a realidade objetiva possa se acomodar na virtualidade de modelos que lhe servem como base para simulações. Aduz á universalização das linguagens como uma possibilidade inerente á globalização. Sob esse prisma, estaríamos entrando na ante–sala da cultura global, graças á dissolução dos nexos que nos ligam ás realidades específicas, ás nossas culturas e a nossa História. A dissolução das identidades e a perda das alteridades incluem – se nos seus pressupostos.

Vários ensaístas têm desenvolvido reflexões sobre essa temática.Destacam aspectos singulares dessa dimensão virtual que evoca o real. Uma dimensão que é indissociável da realidade social objetiva,que surge do cortejo com a realidade, mas não a reconhece como determinante de suas ilações. Algumas dessas teorias oferecem balizamentos para a valorização dos editais da globalização.
[4]

A observação dos movimentos da conjuntura oferece outras indicações. Contraditando as argumentações em defesa de uma tendência à universalização e à homogeneização dos padrões de vida, alguns fatos evidenciam situações bastante diversas. Invés da globalização, estaria enfrentando a regionalização de disparidades e de conflitos. Apesar do alcance e do poder de manipulação da mídia, é possível identificar traços desse fenômeno, em algumas manifestações localizadas, que diferem quanto às suas características específicas e quanta intensidade com que se realizam: a) o recrudescimento da violência; b) o aumento de conflitos étnicos; c) o avanço de modalidades de comportamento totalitárias e de formas de discriminação social e cultural; d) a erosão de instituições sociais; a deterioração dos padrões de vida; f) a concentração de poder e riquezas em escala mundial; g) o aprofundamento das desigualdades entre as Nações, entre suas regiões, entre a cidade e o campo, entre as classes sociais; h) a degradação ambiental.

Via de regra, essas manifestações verifica-se em países periféricos às economias centrais, ou em regiões periféricas aos nichos de prosperidade das economias regionais. Com essa observação, pode-se assinalar que há um anel de proteção que reduz a repercussão desses problemas nas economias que sediam o capital e servem de ponto de irradiação das principais decisões atinentes às finanças mundiais. A existência de dois mundos, distintos geográficos, cultural,política e economicamente, que se excluem, põem à prova a idéia da globalização.
Apesar desses indicadores, a teoria da globalização lança um aceno promissor. Oferece-se como uma porta aberta, que conduziria a um auspicioso futuro. Segundo seus epígenos, bastos apostar na economia de mercado e dar livre curso às suas tendências.

O uso genérico e corrente, faz com que o conceito ambivalente e polissêmico sirva de abrigo a inúmeras interpretações. Donde, seu emprego, muitas vezes, resulte em expediente, que pouco ou nada desvela ao conhecimento. Constitui-se, desse modo em um simples artifício para estabelecer relativo grau de sintonia com referências, igualmente impreciso, atualmente em voga. Ai, a polissemia cede lugar à esperteza. Torna o conceito chave da elucidação de tudo o que ocorre no mundo moderno. Permite que se apele à globalização, indistinta e artificiosamente, para eledir às questões postas pela atualidade. Daí, sua aplicação se tornar deveras discutível. Assim, instaura-se se difunde o mito da globalização na sociedade.


AVALIAÇÃO CRITICA

A sociedade contemporânea em plena era tecnológica com mudanças constantes, saber aprender é sem duvida, uma das condições fundamentais para aqueles que atuam no mercado de trabalho e para aqueles que pretendem ingressar.

A escola da atualidade precisa ter consciência de que com os processos de automação, que passaram a ocupar o setor produtivo nos seus diferentes níveis, muitas profissões estão desaparecendo, e com elas os postos de trabalho e o emprego de seus atores. Assim, o profissional que tem condição de adaptar-se aos novos tempos, vale dizer as novas tecnologias, encontra-se hoje em posições mais competitivas no mercado de trabalho, ainda que esta tecnologia seja perversa do ponto de vista social, já que impõe ao homem a perversidade da sua criação;cabe a escola preparar o homem para esta realidade. E como a escola preparar o homem para este mundo contemporâneo com as dificuldades e limitações com as quais convive? Quem prepara a comunidade escolar para este novo tempo?Quem forma o profissional para atuar neste novo modelo de escola e dar conta de seu papel? Atualmente é preciso ter consciência de que nenhum profissional está completamente formado, pois a aprendizagem humana, se da num processo continuo. Desse profissional, são esperadas competências e habilidades inusitadas, e muita criatividade para conviver com a incerteza e a capacidade de transformar a sua realidade, ao mesmo tempo em que promove a própria mudança.

Neste contexto, encontramos as escolas, numa sociedade globalizada em que o ser humano perde muito de sua essência, valorizando muito mais o “ser” que o “ter”; algumas escolas ainda lutam para que seus alunos sejam sintonizados com as inovações, enxergando- os como pessoas e por isso seres inacabados.. Entendê-los dessa forma significa oferecer um ambiente de trabalho ideal para que a aprendizagem aconteça de forma efetiva, criativa e consistente.
Está ação tem sido considerada estratégica nas organizações que já perceberão a importância da valorização e potencialização humana como vantagem competitiva, uma vez ousada para fazer parte do cotidiano das pessoas e das ações cotidianas. A título de provocação,surgem duas questões, fundamentais, em que medida cada um de nos profissionais da educação atuantes nas escolas está sintonizado com as mudanças tecnológicas que acontecem ao nosso redor? Ate que ponto nosso professorado e até mesmo dirigentes da educação estão realmente preocupados com a capacitação e a potencialização, e não simplesmente treinamento, de seus alunos já que através deles que viabilizam - se o sucesso , ou o fracasso , da escola enquanto organização.

Em síntese, entendemos que perceber a diversidade de contribuições possíveis da escola enquanto instituição preocupada com o homem que ela forma é tarefa pedagógica porem não necessariamente, é privilegio dos professores e da escola, mas de todo e qualquer profissional responsável pelo desenvolvimento e educação de pessoas, que em ultima analise, é um papel educador.

Como profissionais da educação, e seguindo ainda a linha de provocação intelectual, algumas questões são passiveis de reflexões: quais os paradigmas que determinam a função escola neste contexto sócio econômico e cultural pelo qual passa a humanidade?


REFERENCIAS
CASTELLS, Manuel. O Poder da Identidade. Ed. Paz e Terra. 2ª Ed.2000 S.P
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração, Rio de Janeiro: Campus, 2000. 700 .
CHAUÍ, Marilena, Convite a Filosofia. 9a ed. Atica, S. P. 1998
LEVY, Pierre, As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática, Ed 34, 2000
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução á Sociologia 24a ed. Atica , S.P. 2003.
RODRIGUES, A.T. Sociologia da Educação. DP& A, 2000
VIEIRA, E. Sociologia da Educação. FTD

Por: Carmem Lucia Correa De Castro


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