INCLUSÃO ESCOLAR - O QUE É? POR QUÊ? COMO FAZER?

Autor : Maria Teresa Eglér Mantoan Publicado em: setembro 30, 2006
O mundo está constantemente mudando, e algumas pessoas têm a habilidade de prever as novas necessidades, as próximas modificações; são essas pessoas que se destacam em meio às novidades, pois estão sempre à frente, adotando os novos paradigmas. A verdade é que estamos sempre seguindo paradigmas e, quando eles entram em crise, vivemos um período de insegurança, mas também de liberdade para inovar.No momento, a instituição escolar está excessivamente burocrática, e faz-se necessário romper com este paradigma para que ela volte a fluir, a atingir todos os alunos sem preconceitos, tornando a inclusão um processo natural e banindo qualquer preconceito cultural, social, étnico ou religioso.A escola tem-se aberto a novos grupos sociais, mas sem reformulação de conceitos e de conhecimentos. Assim, o ensino é massificado e não há troca de experiências – isto é o que chamamos de democracia!O pensamento que norteia o atual sistema é muito mecanicista, e discrimina claramente os normais e os deficientes, o ensino regular e o especial, como também cada uma das disciplinas estudadas na escola. Aí está a burocracia excessiva, já que o conhecimento é construído a partir da interação das diversas áreas, e não de maneira segmentada. A parte criativa, subjetiva, foi desprezada. Mas a educação deve ser voltada para uma cidadania plena.Polêmicas envolvidas:Ø Professores da educação especial temem perder o que conquistaramØ Professores do ensino regular são insegurosØ Profissionais da saúde tratam alunos com dificuldades de adaptação como pacientesØ Pais de alunos 'normais' temem uma queda na qualidade do ensinoA integração escolar abrange turmas especiais dentro do ensino comum, para que todos aprendam igualmente, utilizando para isso todos os recursos necessários. Já a inclusão é mais radical: exige modificações na perspectiva educacional, no paradigma, trabalhando as diferenças de modo que elas enriqueçam o aprendizado de todos, deficientes ou não, com problemas de aprendizagem ou não.Igualdade não é homogeneidade: as diferenças são produzidas a todo momento, e não podem ser passivamente toleradas ou respeitadas, com pena, como se não houvesse mais nada que pudéssemos fazer. A diferença é que deve ser tomada como padrão, pois o normal é que um seja diferente do outro.HOMOGENEIDADE ó DESVALORIZAÇÃO HOMOGENEIDADE ESCOLAR ó DEMOCRATIZAÇÃO DE MASSAS Exemplo: Folclore"É preciso que tenhamos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza, e o direto de ser iguais quando a diferença nos inferioriza". (p. 34)É difícil incluir porque isso implica lidar com culturas, desejos e emoções os mais variados, não se tratando somente de números. Implica trabalhar a afetividade. Implica modificar vidas, realidades, e não personagens fictícios.Nas escolas que já praticam a inclusão, é possível observar diferenças: novos desafios, esforços para que os objetivos se realizem e novas perspectivas de vida para todos os alunos.A escola ideal não valoriza as respostas-padrão, preocupando-se excessivamente em formar para o futuro (próxima série? vestibular?). A escola de qualidade valoriza o que os alunos podem aprender HOJE, o que podem descobrir cria, desenvolvendo seus talentos. As relações entre alunos e professores não são desprovidas de afetividade. A escola inclusiva, aberta a todos que desejam aprender, certamente parece uma utopia. Mas, muito pelo contrário, os alunos com que trabalhamos não são crianças perfeitas – são seres humanos singulares. Assim é também a instituição: simplesmente uma escola, de verdade, que não está presa a modelos criados por quem não aceita a diversidade. A atual tentativa de ensinar somente alunos perfeitos é que é utópica, extremamente distante da realidade!Os professores devem ser formados para lidar com todos os tipos de alunos; mas não é necessário que tenham uma rigorosa preparação teórica e científica. O que aprendem na prática, dividindo experiências, muitas vezes é mais valioso.Isso contribuira o estreitamento das relações entre os profissionais da educação, o que se reflete na maneira como tratam os alunos. E quando os pais (e responsáveis) também participam dos debates sobre o aprendizado e o futuro, chegamos cada vez mais perto da concretização do sonho: ESCOLA DE QUALIDADE PARA TODOS.

Comentários

  1. Ola Carmem, como vc sabe, faço licenciatura em música pela UFRGS, estou estudando educação inclusiva, mas tenho muitas dúvidas, principalmente por não ter experiência com portadores de deficiência, e como aplicar música com estes alunos.
    abrç

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