EU SEI QUE TENHO QUE ACORDAR

Em meios aos véus dos meus delírios
Debato-me entre amarras delicadas
Como teias são as tramas destes sonhos
Onde penso que estou acordada
E penso que falo e sou ouvida
Sinto que toco e sou tocada
Penso ver e creio que sou vista
Mas de tudo nada disso permanece
As palavras são só sons aleatórios
As imagens são difusas e instáveis
Tudo é breve e sempre desvanece.
Eu sei que tenho que acordar
Sei também o que quero esquecer
E pra isso vou ter que assumir
Conseqüências de uma escolha infeliz.
Uma escolha que eu mesma fiz.
Se eu lembrar, não vou poder mentir
Que enganada eu fiz o que não quis
Nunca mais nem sorte nem destino
Serão álibis dos meus descaminhos...
Se eu lembrar, não vou poder fingir
Que alguém tem o poder de decidir
O que é e o que será de mim
Nem sequer mais transferir
Para outro além de mim
A responsabilidade do que sou.
Eu sei que tenho que acordar
Mas pra isso terei que confessar
O que foi assim tão forte
Aqui, dentro do meu peito,
Que me arrastou pra longe
Da minha própria consciência
Me trazendo a este esquife
Do eterno esquecimento
Daquilo que eu realmente sou.
“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
Saulo de Tarso em carta aos romanos, cap.7 vv 24
.

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